Projeto de pesquisa do Departamento de Design congrega várias áreas do saber para encontrar a melhor forma de fazer livros infanto-juvenis
Edição e pauta: Paola Moraes
Reportagem: Adriana Gallassi
“As crianças são um público vulnerável a qualquer tipo de informação”, declara a coordenadora do projeto Rosane Fonseca de Freitas Martins, graduadaem Desenho Industrialpela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), mestre em Administração de Empresas pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Assim, continua a coordenadora, é necessário que os livros destinados a esses grupos sejam bem planejados, tanto para facilitar a educação como também para informá-las e auxiliá-las em desafios do seu dia-a-dia.
Diante de parcerias que eram solicitadas, principalmente pelo Departamento de Psicologia, para a ilustração de projetos infantis, surgiu a ideia, segundo Rosane Fonseca, de criar o projeto de pesquisa “Selo editorial infanto-juvenil da EDUEL: avaliação e proposição de livros infanto-juvenis”, justamente para que estes não ficassem guardados e pudessem ser úteis a população. De acordo com a professora doutora, a ausência de mensagens nas histórias e a inadequação da imagem ao assunto que o livro trata são os principais problemas dos livros infanto-juvenis, tanto os didáticos quanto os de entretenimento.
Esse projeto, que só foi formalizado no ano passado, mas que já vem sendo construído desde 2008, paralelamente à criação do selo editorial infanto-juvenil da editora da Universidade Estadual de Londrina (EDUEL), conta com os estudos de várias áreas do conhecimento. A coordenadora explica que os profissionais de Letras adequam a linguagem à faixa etária e ao assunto tratado nos livros. Os de Educação cuidam do conteúdo didático. Os Designers adaptam a linguagem visual à mensagem do texto escrito e à idade da criança ou adolescente. Para isso se utilizam das cores, formas, fontes que facilitem o entendimento desse leitor.
Segundo a entrevistada, esses estudos da área de Design Gráfico são baseados na Gestalt, um ramo da psicologia que estuda a percepção humana, principalmente a da visão. “As imagens não estão ali simplesmente para ilustrar, elas são feitas para ajudar na memorização ou no aprendizado”, afirma a professora doutora. Inclusive, os designers precisam ficar atentos nas imagens, pois estas não podem conter cenas que incitem perigo ou comportamentos indesejáveis, como, por exemplo, uma criança com uma faca na mão. Os psicólogos participam desde as proposições dos assuntos a serem discutidos até a melhor maneira de passá-los às crianças e adolescentes.
Os livros infanto-juvenis que possuem o selo da EDUEL trazem a faixa etária à que são destinados, dicas de como eles podem ser usados pelos professores, pais e médicos – no caso de livros da Coleção Saúde – e alguns possuem jogos educativos. Já são nove livros publicados. Além disso, estão para serem lançados livros com assuntos como: bullying, leis de trânsito, reciclagem e comportamento no hospital.
Nesse momento, o projeto está em processo de pesquisas com as crianças, para ver as percepções delas em relação aos conteúdos dos livros como um todo. Desta maneira, busca-se aperfeiçoar os livros já publicados e principalmente os que estão em processo de criação. “É o que a gente pode proporcionar de bem para essa cidade, pois o que a gente deixa é educação, é livro. Esse é o papel da universidade. Informar, educar, perpetuar o conhecimento”, diz a professora doutora sobre o papel social do projeto.
Todos os integrantes da UEL podem criar histórias infantis e submetê-las à avaliação na editora da Universidade. “Tem muito talento escondido na UEL”, garante a professora doutora. Contudo, mesmo as pessoas que não tem vínculos com a instituição podem enviar suas histórias. Estas devem ser enviadas para a Editora EDUEL. Tudo que é recebido passa pelo Conselho Editorial e só depois os conteúdos sem ilustrações são enviados para o projeto de pesquisa. Porém, nem todos os tipos de histórias são aceitas, é necessário que elas tenham um caráter didático ou informativo. Os escritores não têm custo algum na produção das ilustrações do livro. Para obter mais informações sobre como enviar a sua história, entre no site: http://www.uel.br/editora/portal