Edição 117

maio 29, 2011

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Contaminação dos alimentos por fungos

maio 29, 2011

Projeto de pesquisa busca métodos mais eficazes de detecção de micotoxinas

Pauta: Claudia Hirafuji
Edição: Paola Moraes
Reportagem: Rosana Reineri

O projeto de pesquisa “Estratégias para minimização da contaminação de alimentos por fungos toxigênicos” coordenado pela professora doutora Elisabete Yurie Sataque Ono, da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em parceria com a professora Dra. Elisa Yoko Hirooka* da mesma universidade, visa estudar possíveis métodos para agilizar a identificação de micotoxinas a fim de garantir a segurança e qualidade dos alimentos.

A professora Elisabete Ono possui graduação em Farmácia pela UEL, mestrado e doutorado em Ciências de Alimentos, pela mesma instituição, e pós-doutorado pela National Food Research Institute no Japão.

Conexão Ciência: Em que consiste o projeto que vocês estão desenvolvendo?
Profa. Dra. Elisabete Ono:
Neste projeto propõem-se monitorar a contaminação por fungos e micotoxinas em alimentos, contribuindo para a melhoria da qualidade dos produtos agrícolas, visando atender as exigências do mercado no mundo globalizado.

Conexão Ciência: Como é feito o monitoramento e quais são as técnicas de analise empregadas nesse processo?
Profa. Dra. Elisabete Ono: Para a análise de micotoxinas é utilizado cromatografia líquida de alta eficiência que determina a concentração de micotoxinas existentes em um determinado produto. É colhida a amostra e passada pela máquina de cromatografia para identificar se existe a micotoxina, qual é a sua variedade e concentração, ou seja, a quantidade existente no produto.

Conexão Ciência: Quais são os produtores de micotoxina?
Profa. Dra. Elisabete Ono: São os fungos classificados como toxigênicos. Os que são mais comuns em alimentos são os Aspergillus, Fusarium e Penicillium. Eles são os mais estudados e os mais freqüentes em produtos agrícolas.

Conexão Ciência: Quais os malefícios que as micotoxinas podem causar?
Profa. Dra. Elisabete Ono:
Depende da micotoxina. Existem vários tipos, por exemplo, as Aflatoxinas, frequentes no amendoim, são carcinogênicas, ou seja, causadoras de câncer. As Fumonisinas, frequentes no milho, causam em cavalos leucoencefalomalácia, que é a necrose cerebral, levando o animal a óbito, em suínos, causam edema pulmonar e em humanos, existem estudos epidemiológicos que correlacionam a contaminação do milho por fumonisinas com o câncer esofágico e o câncer hepático.

Conexão Ciência: Quais são os procedimentos a serem adotados a fim de minimizar esta contaminação por micotoxinas?
Profa. Dra. Elisabete Ono: É necessária a utilização das boas práticas agrícolas, ou seja, a colheita na época certa, a secagem rápida do grão, depois a armazenagem correta, em uma temperatura adequada, na qual não exista o risco de ocorrer uma reumidificação. O teor de umidade deve ser bastante controlado, porque depois que o grão estiver seco ele não deve ser reumidificado. O fungo pode se desenvolver e se multiplicar dependendo destas condições.

Conexão Ciência: A senhora acredita que os produtos para consumo humano já são adquiridos com esta contaminação ou eles podem ser contaminados posteriormente à compra?
Profa. Dra. Elisabete Ono: Muitos produtos já têm esta contaminação. Em casa não se deve deixar o produto aberto, em local úmido e exposto à luz. Se as condições de armazenamento destes produtos não for de maneira correta o fungo pode se instalar, se desenvolver e se multiplicar neste alimento.

Conexão Ciência: Quais são os resultados obtidos com a pesquisa até o momento?
Profa. Dra. Elisabete Ono
: Eu tenho trabalhado bastante com o milho, aproximadamente 95% do milho analisado está contaminado por Fumonisinas, embora a maior porcentagem esteja abaixo dos limites máximos tolerados pela FDA (Food and Drug Administration) **, estamos percebendo que ao longo dos anos o grau desta contaminação está diminuindo, isto porque os processadores de grãos tem se preocupado com a armazenagem e os produtores rurais estão recebendo orientação e assistência para implantação das boas práticas agrícolas.

Conexão Ciência: Quais os resultados esperados?
Profa. Dra. Elisabete Ono:
Estamos trabalhando, principalmente com os estudantes da professora Elisa, para o desenvolvimento de reagentes para a detecção rápida dessas micotoxinas. A professora Elisa trabalha em intercâmbio com pesquisadores do Japão e os estudantes dela tem trabalhado para o desenvolvimento de métodos imunoenzimáticos, que são métodos rápidos para a detecção de micotoxinas, isto vai auxiliar no monitoramento da ocorrência destas diferentes micotoxinas. Atualmente existem alguns métodos rápidos de análise, mas eles não são 100% confiáveis, é necessário cautela na interpretação dos resultados, existem métodos que acusam falso positivo, por exemplo. É preciso saber interpretar e depois confirmar com algum outro método químico, mais preciso.

* Elisa Yoko Hirooka: Graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual de Londrina, Mestrado em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina e Doutorado em Engenharia de Alimentos (Área Ciência de Alimentos) pela Universidade Estadual de Campinas. Atuou como Pesquisador Visitante em Science University ot Tokyo, assim como Pós-Doutorado em Meijo University, Japão.

 

** A Food and Drug Adiministration (FDA ou USFDA) É uma agência do United States Departmente of Health and Human Services. A FDA é responsável por proteger e promever a saude pública através da regulação e supervisão da segurança alimentar, produtos de tabaco, suplementos alimentares, prescrição de medicamentos, vacinas, biofármacos, transfusões de sangue, produtos veterinários e cosméticos.


Curso ressalva a importância da História em documento

maio 29, 2011

A promoção do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) teve a finalidade de discutir e orientar a respeito da documentação histórica e sua preservação

Fotos que provêm de doadores revelam os efeitos da deteorização pela falta de cuidados específicos

 

Edição e pauta: Paola Moraes
Reportagem: Nathalia Maciel

Foi realizado nos últimos dias 17 e 18 de maio, no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH), vinculado ao Departamento de História e ao Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o curso “Organização e Preservação de Periódicos e Fotografias”. O coordenador da iniciativa é o professor Marco Antônio Neves Soares, graduado em História pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde concluiu também mestrado e doutoradoem História Social.

O curso, dirigido a 20 inscritos, entre eles alunos da área de humanas da UEL e profissionais interessados na preservação de documentos históricos, foi ministrado pelas funcionárias do CDPH Leila Bernardes Rosa e Laureci Silvana Cardoso, juntamente com os alunos estagiários Sara Vicelli de Carvalho e Alyson Ferraz de Barros, que cursam o último ano do curso de História da UEL.

Poline Fernandes Thomaz, aluna do curso de Arquivologia da UEL e participante do curso, em visita ao acervo do CDPH

Além de apresentarem as atividades realizadas pelo CDPH, que possui um vasto acervo documental público e privado, prioritariamente regional, e que serve a pesquisadores de diversas áreas e cursos da UEL, os ministrantes ressaltaram a importância dos materiais preservados enquanto fontes e objetos da História, produtos e produtores de memória. Entre eles podem ser encontradas fotografias, revistas extintas, jornais, teses, mapas e audiovisuais, resquícios do passado que na mão de historiadores são transformados em documentos.

“O curso é uma maneira de divulgar o CDPH. Muita gente, dentre os próprios alunos de História, não sabe da existência desse acervo”, disse a estagiária Sara Carvalho e acrescentou: “Grande parte das pessoas inscritas já atua na área da preservação documental, por isso o curso acaba promovendo também um intercâmbio de informação e de experiências que é muito válido”.

Orientaçõs práticas sobre restauração, preservação e fichamento dos materiais a serem arquivados. Na foto: Sara Carvalho com os alunos do curso

Técnicas de organização e acondicionamento, bem como práticas de manuseio, de fotografias e periódicos foram orientadas aos ouvintes do curso, que puderam conferir de perto os efeitos da deterioração causada pela falta de cuidados encontrada em materiais doados ao acervo.  A digitalização também teve o enfoque merecido, uma vez que evita o contato direto com o material a ser pesquisado. Conforme informaram as funcionárias, o CDPH disponibiliza em seu site algumas páginas digitalizadas pertencentes ao acervo e tem planos de digitalizar a Folha de Londrina desde o seu início, por volta dos anos 50, para que não se perca essa riqueza histórica local. Por conta da fragilidade do material, por enquanto está suspensa a consulta aos exemplares da Folha de até meados dos anos 70.

No cronograma do curso constava, além de discursos e demonstrações, uma visita guiada ao acervo do CDPH, tida como a parte prática do curso. Quando perguntado sobre o que motivou o curso, o coordenador esclareceu que o mesmo corresponde justamente à função que tem o CDPH, que, além da preservação e organização de arquivos, deve cumprir seu objetivo de promover a socialização do conhecimento.


Profissionais buscam a adequação de livros infanto-juvenis

maio 29, 2011

Projeto de pesquisa do Departamento de Design congrega várias áreas do saber para encontrar a melhor forma de fazer livros infanto-juvenis

Edição e pauta: Paola Moraes
Reportagem: Adriana Gallassi 

“As crianças são um público vulnerável a qualquer tipo de informação”, declara a coordenadora do projeto Rosane Fonseca de Freitas Martins, graduadaem Desenho Industrialpela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), mestre em Administração de Empresas pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Assim, continua a coordenadora, é necessário que os livros destinados a esses grupos sejam bem planejados, tanto para facilitar a educação como também para informá-las e auxiliá-las em desafios do seu dia-a-dia.

Diante de parcerias que eram solicitadas, principalmente pelo Departamento de Psicologia, para a ilustração de projetos infantis, surgiu a ideia, segundo Rosane Fonseca, de criar o projeto de pesquisa “Selo editorial infanto-juvenil da EDUEL: avaliação e proposição de livros infanto-juvenis”, justamente para que estes não ficassem guardados e pudessem ser úteis a população. De acordo com a professora doutora, a ausência de mensagens nas histórias e a inadequação da imagem ao assunto que o livro trata são os principais problemas dos livros infanto-juvenis, tanto os didáticos quanto os de entretenimento.

Esse projeto, que só foi formalizado no ano passado, mas que já vem sendo construído desde 2008, paralelamente à criação do selo editorial infanto-juvenil da editora da Universidade Estadual de Londrina (EDUEL), conta com os estudos de várias áreas do conhecimento. A coordenadora explica que os profissionais de Letras adequam a linguagem à faixa etária e ao assunto tratado nos livros. Os de Educação cuidam do conteúdo didático. Os Designers adaptam a linguagem visual à mensagem do texto escrito e à idade da criança ou adolescente. Para isso se utilizam das cores, formas, fontes que facilitem o entendimento desse leitor.

A Prof.ª Dr.ª Rosane Fonseca com os livros publicados

Segundo a entrevistada, esses estudos da área de Design Gráfico são baseados na Gestalt, um ramo da psicologia que estuda a percepção humana, principalmente a da visão. “As imagens não estão ali simplesmente para ilustrar, elas são feitas para ajudar na memorização ou no aprendizado”, afirma a professora doutora. Inclusive, os designers precisam ficar atentos nas imagens, pois estas não podem conter cenas que incitem perigo ou comportamentos indesejáveis, como, por exemplo, uma criança com uma faca na mão. Os psicólogos participam desde as proposições dos assuntos a serem discutidos até a melhor maneira de passá-los às crianças e adolescentes.

Os livros infanto-juvenis que possuem o selo da EDUEL trazem a faixa etária à que são destinados, dicas de como eles podem ser usados pelos professores, pais e médicos – no caso de livros da Coleção Saúde – e alguns possuem jogos educativos. Já são nove livros publicados. Além disso, estão para serem lançados livros com assuntos como: bullying, leis de trânsito, reciclagem e comportamento no hospital.

Nesse momento, o projeto está em processo de pesquisas com as crianças, para ver as percepções delas em relação aos conteúdos dos livros como um todo. Desta maneira, busca-se aperfeiçoar os livros já publicados e principalmente os que estão em processo de criação. “É o que a gente pode proporcionar de bem para essa cidade, pois o que a gente deixa é educação, é livro. Esse é o papel da universidade. Informar, educar, perpetuar o conhecimento”, diz a professora doutora sobre o papel social do projeto.

 

Todos os integrantes da UEL podem criar histórias infantis e submetê-las à avaliação na editora da Universidade. “Tem muito talento escondido na UEL”, garante a professora doutora. Contudo, mesmo as pessoas que não tem vínculos com a instituição podem enviar suas histórias. Estas devem ser enviadas para a Editora EDUEL. Tudo que é recebido passa pelo Conselho Editorial e só depois os conteúdos sem ilustrações são enviados para o projeto de pesquisa. Porém, nem todos os tipos de histórias são aceitas, é necessário que elas tenham um caráter didático ou informativo. Os escritores não têm custo algum na produção das ilustrações do livro. Para obter mais informações sobre como enviar a sua história, entre no site: http://www.uel.br/editora/portal

 


Composição de paisagem sonora urbana é tema de pesquisa na UEL

maio 29, 2011

Projeto de pesquisa busca evidenciar a presença de musicalidade em paisagens sonoras urbanas por meio de composições realizadas a partir dos princípios da soudscape composition 

Edição e pauta: Paola Moraes
Reportagem: Ana Carolina Ferezini

“Onde se dá a passagem do sonoro ao musical?” A partir dessa indagação, a professora Fátima Carneiro teve a idéia de iniciar um projeto de pesquisa, no qual coloca alunos e professores envolvidos no processo de composição musical utilizando a escuta como ferramenta principal e dando aos ambientes uma nova perspectiva através da musicalidade. “A idéia principal do projeto é vivenciar composições poéticas a partir de paisagens sonoras.” – explica a coordenadora do projeto, professora do curso de Música da UEL, formadaem Artes Plásticaspela Universidade Estadual de Londrina (UEL), especializadaem Arte Educaçãopela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Comunicação e Semiótica pela Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), doutora em Música pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e pós-doutoraem Composição Musicalpela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Fátima Carneiro explica que o processo de composição da paisagem sonora, do inglês soundscape composition, inicia-se com a percepção do som de um ambiente urbano, que é captado por um gravador com um microfone específico. Esse material poderá ser modificado em estúdio, adicionando a ele instrumentos acústicos ou elétricos. Até mesmo a voz citando poesias pode ser incorporada. O formato das composições varia de acordo com o estilo de cada compositor. O artista não altera a paisagem em sua composição. Tem a preocupação de retratá-la exatamente como ela é. Dessa forma, o resultado desse ato composicional pode funcionar como registro das paisagens atuais e, com o passar dos anos servir de base para uma comparação com novas paisagens, informa a professora pós-doutora.

A coordenadora completa que a soundscape composition surgiu nos anos 70, quando, preocupado com a mudança da paisagem sonora de Vancouver em função da poluição sonora devido ao crescimento da cidade e ao aumento de automóveis circulando, o compositor canadense Murray Schafer, juntamente com outros compositores e pesquisadores ligados a música, começaram a mapear as paisagens sonoras urbanas da região, registrando-as através de gravações dos ambientes sonoros de diferentes locais. Esse movimento foi alastrando-se com a idéia de ecologia acústica – que estuda a relação entre o homem e o ambiente sonoro em que ele vive.

A pós-doutora conta que ao se inserirem profundamente nas paisagens, os pesquisadores se conscientizaram sobre os perigos trazidos pela poluição sonora e decidiram informar a população. Então, programas educativos foram criados nas rádios. De acordo com Fátima Carneiro, muito material começou a ser gravado pelos compositores que, encantados com as sonoridades produzidas pelas paisagens, passaram a utilizá-las em suas obras, surgindo a partir daí a soundscape composition. “A composição de paisagens sonoras nasce desse movimento preocupado com a ecologia acústica, e parte do ético para o estético, mas sem deixar o ético de lado.”, segundo a entrevistada.

A doutora garante ainda, que se pôde perceber com as experiências realizadas pelo projeto, que ao entrar em contato com as composições, e até mesmo no ato composicional, o sujeito, mesmo que leigo, passa a ver e observar a paisagem sonora de outra forma. Com isso, cria-se o hábito de prestar mais atenção em sonoridades que antes passariam despercebidas, e constatar que a linha que divide o sonoro do musical fica praticamente indiscernível.

O projeto iniciou-se em 2009 e teve seu término prolongado até agosto de2012. Acoordenadora do projeto, Fátima Carneiro, informou que os resultados – as composições realizadas durante esse período – deverão ser expostos em um evento idealizado pelo próprio departamento de música da UEL.

 

 


Edição 116

maio 23, 2011

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Pesquisa do departamento de Ciências da Saúde acompanha tratamento de tabagistas

maio 23, 2011

Tratamento é baseado em grupos motivacionais, medicações e sessões psiquiátricas individuais

A professora doutora Sandra Odebrecht Vargas Nunes revela que com tratamento, 20 a 30% da população tabagista para de fumar

Edição: Karina Constancio
Pauta: Cláudia Yukari Hirafuji
Reportagem: Beatriz Botelho

A professora Sandra Odebrecht Vargas Nunes, graduada em Medicina pela UEL, com especialização em psiquiatria pela Universidade Complutense de Madrid-Espanha, Mestrado e Doutorado em Medicina e Ciências da Saúde pela UEL, desenvolve há alguns anos o projeto de pesquisa do Departamento de Ciências da Saúde “Adesão ao tratamento e acompanhamento do tabagismo: Centro de Referência do Ambulatório do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina”, que já beneficiou centenas de tabagistas de Londrina e região. O Conexão Ciência conversou com a coordenadora do projeto para saber mais a respeito.

Conexão Ciência: Quando o projeto foi iniciado?
Profª, Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: O projeto se iniciou em 2005. Primeiramente os professores e eu fomos cadastrados e capacitados pelo Inca – Instituto de Nacional de Câncer – e depois começamos o trabalho no Centro de Referência de Abordagem e Tratamento do Tabagismo do Ambulatório do Hospital das Clínicas da UEL.

Conexão Ciência: Qual é o objetivo do projeto?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Primeiramente, buscar essa população tabagista, conscientizá-la sobre a tendência do tabaco e depois motivá-la a buscar ajuda, pois o tabagismo tem tratamento. Sem o tratamento, de 3 a 5% da população consegue parar, enquanto que, com tratamento, 20 a 30% para de fumar.

Conexão Ciência: E quais eram as expectativas quando ele se iniciou?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Quando se começa um projeto, têm-se expectativas de 100% de cessação do paciente, mas com o tabagismo é difícil que isso aconteça. Nós temos de 20 a 30 % de cessação, que é media nacional. Ou seja, 70% não conseguem, mas isso não quer dizer que fracassamos, pois a doença tem vários ciclos e depende também da própria pessoa, às vezes não é o momento dela parar.

Conexão Ciência: Com é feita a escolha das pessoas?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Para o projeto, as pessoas fazem cadastro via Prefeitura. Depois elas são selecionadas e chegam até ao hospital da Universidade.

Conexão Ciência: Quem são os pacientes e quais tipos de problemas eles apresentam?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: No início, começamos a observar que os tipos de pacientes que vinham para gente eram mulheres com faixa etária de 40 anos. Apesar de o tabagismo ser mais comum em homens, são elas que buscam mais ajuda. O que percebemos foi que mais de 50% dos processos são crônicos, há muita cormobidade* na dependência do tabaco, muita depressão, abuso de calmantes e muitos problemas cardíacos.

Conexão Ciência: Por estar ligado ao INCA, a intenção do projeto é analisar o tabagismo relacionado ao câncer?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Não só ao câncer. Nossa intenção era prevenir a causa de morte pelo tabagismo. Quanto mais se consegue cessar, previne-se não só o câncer e o enfisema pulmonar, mas também as doenças cardiovasculares. Na população estudada, nós não encontramos paciente com câncer de pulmão, pois ele é mais comum em homens com faixa etária de 60 anos e, nosso caso, eram mulheres com faixa etária de 40 anos.

Conexão Ciência: Como é o processo de tratamento?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Primeiramente a pessoa precisa desejar parar de fumar. Então, ela vem até aqui e tem uma avaliação inicial para ver gravidade, tabagismo e comorbidades. Depois ela participa de um grupo onde se faz a motivação e, para algumas pessoas que têm grande dependência, faz-se também uso a medicação. As duas partes ajudam. Além de participar dos grupos motivacionais, ela também tem consultas individuais para ver suas necessidades. O acompanhamento com os pacientes é feito durante um ano. As quatro primeiras sessões são semanais, depois quinzenais, por fim a cada mês, até completar-se um ano.

Conexão Ciência: Quais foram os resultados obtidos até agora?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Nos já capacitamos e fizemos o atendimento de mais de 400 dependentes do tabaco e muitos conseguiram cessar, outros recaíram, outros abandonaram o tratamento, o que é o normal. Mas a cessação está em um nível bom, do que é esperado pelo INCA que é de 20 a 30%. Com isso, pode-se dizer que o tratamento tem sido eficaz.

Conexão Ciência: Como a pesquisa está sendo feita?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Atualmente nós estamos fazendo uma análise genética do paciente, por meio do consentimento livre e esclarecido**, para trabalharmos com o transportador da seratonina que é um neurotransmissor responsável pelo humor, ansiedade, sono, apetite, sexo e motivação. A dificuldade de cessação do tabaco está ligada a esse neurotransmissor e é ele que nós estamos investigando. Em algumas pessoas o transportador não funciona bem geneticamente e se elas têm ansiedade e depressão elas têm também mais dificuldade em parar de fumar.

Conexão Ciência: O que ainda se espera constatar?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Nosso interesse agora é ver essa população com dificuldade de cessação, analisar essa parte genética ligada ao transportador de seratonina e se há uma metodologia diferente para essa pessoa, que é algo que nos ainda estamos começando a estudar.

Conexão Ciência: Quais serão as contribuições da pesquisa na área de saúde?
Profª. Drª. Sandra Odebrecht Vargas Nunes: Se conseguir que uma pessoa pare de fumar, estamos prevenindo diversas doenças e 15 anos de mortalidade precoce. Isso, para saúde, é um benefício sem tamanho.

*Comorbidade: O termo comorbidade é formado pelo prefixo latino “cum”, que significa contigüidade, correlação, companhia, e pela palavra morbidade, originada de “morbus”, que designa estado patológico ou doença. Assim, deve ser utilizado apenas para descrever a coexistência de transtornos ou doenças, e não de sintomas.
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462001000600006

** Consentimento livre e esclarecido: Conselho Nacional de Saúde – Resolução 196/96- II.11- Consentimento livre e esclarecido – anuência do sujeito da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vícios (simulação, fraude ou erro ), dependência, subordinação ou intimidação, após explicação completa e pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previsto, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, formulada em um termo de consentimento, autorizando sua participação voluntária na pesquisa.


Aparelho que mede vibrações em linhas de alta tensão é desenvolvido na UEL

maio 23, 2011

Grupo de pesquisa LA2i está desenvolvendo instrumento capaz de prever possíveis rupturas nos cabos e otimizar a manutenção destes

Vista externa do vibrografo, com a haste que “capta” as vibrações e componente eletrônico que interpreta e transmite os dados via internet

Edição: Karina Constancio
Pauta: Cláudia Yukari Hirafuji
Reportagem: Leonardo Caruso

O “vibrógrafo”, que tem como principal função medir a vibração causada pelo vento sobre as linhas de transmissão de alta tensão – e que podem vir a causar fadiga dos cabos e conseqüentes cortes de energia -, está sendo desenvolvido pelo Laboratório de Automação e Instrumentação Inteligente (LA2i), ligado ao departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
O coordenador das pesquisas, professor José Alexandre de França, graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba e doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina, explica que as redes de alta tensão estão muito sujeitas a ação das intempéries, principalmente os desgastes causados pela ação dos ventos nos cabos de alta tensão, que geram vibrações dentro desses cabos e que podem vir a rompê-los, por desgaste. “A nossa intenção é criar um aparelho eficiente para medição dessas vibrações e que ajude a otimizar a manutenção dessas redes de alta tensão, gerando economia para as empresas distribuidoras de energia e diminuindo casos de falhas na continuidade do serviço”, explica.

A idéia do projeto teve inicio em 2006 quando em um relatório de estágio de um dos alunos de José Alexandre de França havia a citação do vibrógrafo. “Vimos que era um aparelho muito importante e que poderíamos aperfeiçoar”, acrescenta o professor doutor. Para ele, a forma de transmissão de dados e a utilização de bateria eram itens a serem alterados. “O aparelho que eles utilizam funciona a bateria e não transmite os dados, o que torna a medição trabalhosa e de alto custo. Para o nosso protótipo estamos utilizando uma transmissão sem fio, por meio de internet, similar a um celular, e não utilizamos bateria, já que o aparelho se carrega com a própria energia dos cabos de alta tensão”, acrescenta.

O equipamento consiste em uma caixa contendo a parte eletrônica do sistema e que é responsável pela recepção dos dados, cálculos e transmissão via “celular”. Há também uma haste metálica, em contato com a rede elétrica, que capta as vibrações ocorridas nos cabos e uma antena para envio dos resultados. “A barra metálica em contato com o cabo sofre deformações que são calculadas pelo sistema eletrônico e sabe-se a vibração sofrida pela linha elétrica. Com esses dados e baseando-se em normas internacionais, o profissional que analisará a informação poderá saber quando fazer a manutenção da rede”, diz José Alexandre de França. “No caso do nosso vibrógrafo, a medição é feita de 15 em 15 minutos e enviado uma vez por dia para qualquer celular ou email. Com isso, não há necessidade de técnicos terem de trocar a bateria ou subir nas redes elétricas para coletar os dados, o que facilita muito o trabalho das companhias elétricas”, complementa o professor doutor.

Airá Simões, graduando do 5o. ano de Engenharia Elétrica da UEL e participante de iniciação científica no projeto, é o responsável pela programação do sistema de aquisição de dados. O software desenvolvido pelo estudante recebe os dados captados e faz os cálculos que serão enviados, em forma de matriz, para o engenheiro que analisará as informações. Para Airá Simões, os erros são legais, porque aparecem problemas que eles nunca esperavam. “No laboratório é tudo bonito e perfeito, mas quando colocamos à prova, aparecem as falhas que o aparelho realmente vai enfrentar na prática”, comenta.

Segundo o coordenador do projeto, o professor doutor José Alexandre de França, não existem vibrógrafos no mercado nacional. Ele espera com as pesquisas do LA2i produzir uma ferramenta prática para manutenção das redes elétricas, melhor e mais barata. A expectativa é de que até o final do ano o projeto seja concluído e que o aparelho possa ser comercializado. O projeto tem sido desenvolvido por alunos, mestrandos e professores da UEL, no LA2i e em parceria com a Eletrobrás Eletrosul.

Serviço:
O Laboratório de Automação e Instrumentação Inteligente possui site com mais informações a respeito deste e outros projetos realizados pelo grupo de pesquisa. O site é http://www.la2i.com.



Proex e Sebec promovem encontros temáticos

maio 23, 2011

Palestras e artesanatos são realizados com intuito de beneficiar a comunidade universitária

No último encontro, o evento homenageou as mães com a palestra ministrada pelo psicólogo do Sebec, Fernando Ferreira

Edição: Karina Constancio
Pauta: Cláudia Yukari Hirafuji
Reportagem: Flávia Cheganças

“O projeto leva informação e faz, principalmente, com que os participantes se fortaleçam como pessoa, melhorem sua auto-estima e ampliem suas redes sociais”, diz Elaine Teresa Gomes de Oliveira, assistente social do Serviço de Bem Estar à comunidade (Sebec) e coordenadora do projeto. Ela é graduada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e mestre em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Segundo a coordenadora, o Sebec junto à Pró-Reitoria (Proex) estão realizando encontros temáticos mensais, como extensão de um projeto já realizado anteriormente, com o intuito de atender as necessidades dos funcionários e seus familiares que sofrem com problemas relacionados ao alcoolismo. “Esses encontros fazem parte do Programa de Ambulatório de Saúde Mental e foram criados para atender não só esse grupo, mas toda a comunidade universitária com o objetivo de proporcionar palestras e dialogar sobre diferentes temas atendendo suas expectativas pessoais, profissionais e decodificando mitos criados em relação às temáticas abordadas”, afirma.

De acordo com a assistente social, as palestras estão abertas para comunidade externa à UEL, porém, como ainda está em processo de avaliação e não foi divulgado em meios não relacionados à faculdade, o público alvo nos dois últimos encontros foi de esposas, mães, filhas, e parentes de funcionários que já participavam da temática do alcoolismo. O programa oferece também oficinas de artesanatos para que as participantes possam adquirir ou reconhecer suas potencialidades pessoais e manuais. “Essa é uma forma a mais para elas se socializarem e aprenderem algo que podem até comercializar no futuro”, garante Elaine de Oliveira.

No último encontro, que aconteceu no dia 5 deste mês, o evento homenageou as mães com a palestra “Só há uma coisa no mundo mais bela que a mulher: a mãe”, ministrada pelo psicólogo do Sebec, Fernando Ferreira, graduado em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Também abordou assuntos relacionados à temática “o que é ser mãe?” e a origem do dia em comemoração a elas. De acordo com o psicólogo, é importante despertar os sentimentos e fazer com que essas pessoas repensem suas percepções e emoções, porém com outro olhar. Essa é a idéia do ciclo de palestras.

Houve também relatos das participantes contando suas experiências pessoais tanto como mães quanto como filhas. Segundo o psicólogo, essas declarações são muito importantes pois, como ele diz: ‘‘ Serviram para elas refletirem sobre a historia do dia das mães e para que elas pudessem perceber que possuem muitos problemas em comum”. Para a dona de casa, Janete Severina Marques, de 53 anos, o projeto é muito gratificante e a ajuda em todos os sentidos da sua vida. “Hoje despertou mais minha consciência de ser mãe, a cada dia é um aprendizado’’, completou ela.

Os encontros temáticos disponibilizam 30 vagas e são realizados na primeira quinta-feira do mês na sala de multimeios, na Biblioteca Central. Eles são elaborados a partir das necessidades dos participantes. Alguns temas já estão em pauta como: o processo de autoconhecimento, meio ambiente, saúde do homem e organização do orçamento familiar. As oficinas acontecem na última quinta-feira do mês. O projeto é idealizado pela divisão de Serviço Social e o setor de Psicologia do Sebec em parceria com a Proex e também conta com a ajuda de estudantes de graduação em serviço social.

Serviço:
Os interessados que ainda não fazem parte do projeto podem saber qual será a temática da palestra e se inscrever através do Sebec pelo telefone (43) 3371-4462.

Crédito da foto: Mônica Alves


Projeto do Departamento de Design reúne moda, sustentabilidade e inclusão social

maio 23, 2011

Oficina de moda, que em 2011 terá sua 2ª edição, reaproveita resíduos que gerariam impacto ecológico e auxilia participantes socioeconomicamente

Oficina proporciona valiosa troca de saberes

Edição e pauta: Paola Moraes
Reportagem: Nathalia Maciel

O projeto de pesquisa que prevê o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para os produtos e processos do Arranjo Produtivo Local (APL) de vestuário de Londrina e região foi criado em decorrência do pós-doutorado em Design para a sustentabilidade da professora doutora Suzana Barreto Martins, coordenadora da iniciativa. Ela possui graduação em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Paraná, mestrado em Desenho Industrial pela Universidade Nacional Autônoma do México e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina.A partir do projeto, está sendo criado no departamento de Design da Universidade Estadual de Londrina (UEL) o Núcleo de Design e Sustentabilidade, no qual são desenvolvidas redes de trabalho e intercâmbio entre alunos e comunidades locais.

Ao contrário do que muitos pensam, a sustentabilidade vai além da preocupação com o meio ambiente, segundo a coordenadora do projeto. Sua base é um tripé que busca favorecer e conciliar o desenvolvimento econômico, o social e a gestão ambiental. A professora doutora explica que ainda não existe um programa ou um pensamento eficiente em longo prazo de como frear o consumo exacerbado da sociedade industrial, mas há como trabalhar por um consumo mais consciente, no sentido de minimizar os impactos ambientais. Sobre o desenvolvimento social, que deveria garantir a geração de trabalho e renda dignos, Suzana Barreto afirma que acaba comprometido por empresas que, muitas vezes, até transmitem idéias de sustentabilidade e responsabilidade social, mas que na prática exploram e remuneram mal seus funcionários.

“A indústria do vestuário é uma das que mais consome tanto no cenário nacional como no internacional. É a que mais emprega e a que mais fatura, sendo obviamente responsável por grandes impactos”, garante Suzana Barreto. Para a doutora, chega a ser paradoxal falar em um conceito sustentável na moda porque ela torna automaticamente obsoleto o que é novo através do fast-fashion. Em contraposição, ela conclui que é possível trabalhar desde a concepção de um produto pensando no ecodesign e nas etapas metodológicas do processo de produção, tendo em vista a necessidade de garantir o mesmo espaço ambiental para as gerações futuras.

O projeto, portanto, de acordo com a professora doutora responsável, visa trabalhar com os requisitos básicos da sustentabilidade desde a concepção de um produto. Utilizando o mínimo de recursos não-renováveis, a oficina de moda, que é parte integrante do projeto de pesquisa, produz peças sem a costura tradicional, realizada em máquina, para poupar energia, linha e aviamentos. A produção limpa parte de modelagens feitas com tesouras e amarrações apenas e a inventividade faz com que cada peça tenha vários usos, por exemplo, uma saia vira blusa, sempre a partir de resíduos têxteis doados por empresas.

A primeira edição das oficinas teve duração de oito semanas e dela participaram além de ex-alunos e estudantes de moda, as habilidosas senhoras integrantes da Universidade Aberta para a Terceira Idade (UNATI) e algumas comunidades convidadas, entre elas a Teares da Alegria. Nélio Pinheiro, da empresa Overloque, também se envolveu no projeto. “A troca de saberes foi muito gratificante. As senhoras tinham experiência manual, com o crochê, por exemplo, e as alunas colaboravam com o olhar do design na concepção dos produtos”, afirma Suzana Barreto. A coordenadora acredita ter tido um resultado razoável pelo curto espaço de tempo em que as oficinas foram realizadas. Ao final, foi apresentado um desfile onde as próprias senhoras foram modelos de suas criações, fazendo-as sentirem-se importantes por ganharem visibilidade.

Fica, então, a expectativa dos integrantes do projeto para a segunda edição das oficinas que estão previstas para o segundo semestre deste ano, entre agosto e setembro. A coordenadora relatou qual será o ponto de partida: “Antes de qualquer coisa, serão verificadas quais produções são viáveis de serem feitas e comercializadas pelas empresas parceiras.” E esclareceu: “A pretensão com o projeto não é só otimizar o uso dos resíduos ao invés de explorar novas matérias primas, como também agregar valor de consumo aos produtos para que seja gerada renda aos participantes do projeto.”

Os resultados serão comparados com projetos de outras cidades via fórum online. A professora doutora Suzana Barreto acredita que a atuação do projeto pode ser ainda mais ampla à medida que são cobrados conceitos sustentáveis dos alunos de modo a prepará-los para o mercado. “A intenção final é modificar a cultura das empresas locais e atender a demanda de um nicho sustentável que procura produtos em consonância com o consumo consciente”, garante a doutora.